PRIMAVERA AO VIVO

O mês de novembro no sul do mundo, mais precisamente na América Latina, é marcado pelos ares, pelas cores, pelos ventos e aromas da estação primaveril. Vivaldi musicou as quatro estações do ano, o Outono na obra clássica é que mais me identifico, dada a subjetividade da leitura de cada ouvinte. 
Após as águas fortes e devastadoras, deste ano de 2024, onde a chuva torrencial comprovadamente fruto do desiquilíbrio climático, a estação mais amena do ano chega. Junto dela temperaturas amenas, ventos fortes e identificados com o período anual. 
Saboreamos tal data, ela parece rimar com equilíbrio, com atenuação, empatia e harmonia. Essa visão lírica é uma esperança e uma constatação associativa, muito mais um desejo a realidade constatada. Esses meses de final de ano parecem ser mais corridos, mais rápidos, a mídia e o modelo capitalista, em que vivemos, dizem que, o seu motor é o crescimento ininterrupto e a felicidade é baseada na aquisição de bens materiais, baseadas nas datas comemorativas, tanto religiosas como comerciais, como o natal e ciclo de ano,  um completo contraste a nossa leitura poética do clima.
imagino que, todo modelo baseado na posse, de ter mais, para sentir-se melhor é um completo inverno, egoísta e fechado por natureza.
O escritor Ariano Suassuna disse que tinha um vício, a esperança.
Prefiro as palavras do autor como lema e saudar a primavera como tal, como símbolo, como uma eterna confiança em dias mais justos, melhores.



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