O NEGRO GENUÍNO À ESQUERDA 

Nós, os negros já nascemos à esquerda da sociedade. Vejamos bem, toda a trajetória dos pretos no Brasil é de luta por igualdade, por oportunidades, p/ solidariedade, por justiça social, batalha contínua contra a discriminação. 

As pautas da esquerda são as mesmas dos negros brasileiros. A luta contra todo tipo de segregação, de privilégios destinados aos não negros, do olhar da polícia, sempre torto e já julgando culpado o negro, como se tivesse escrito em nossas testas, ladrão, assassino e toda forma de marginalização.

Fica difícil entender quando um negro se diz conservador. Quer conserva o quê? Não entendo, na verdade sim, compreendo, que tal opinião está balizada pela mídia, pela manipulação sofrida e pelo processo de embranquecimento, que muitas vezes funciona como escudo e, em, outras oportunidades, diminuí o negro de conceito, o colocando num lugar ridículo, de quem defende o seu próprio algoz. Ou será que o conservador, quer direitos e oportunidades iguais? A compreensão léxica, já diz muito, conservar, manter, não mudar. Junto a isto, há uma outra peculiaridade no Estado gaúcho, a divulgação e conceito de tradição. 

Isto, a tradição, a conservação vão diretamente contra os direitos, desde sempre negados aos pretos da província e do país. E, ver negros defendendo tais pautas, nos revolta, nos faz querer aprender mais e dividir o conhecimento, para que não sejamos tidos como tolos e massa de manobra nas mãos dos que sempre mandaram nesta estâncias do Pampa e do Sul da América.

Para termos o dia 20 de novembro como data que lembre a luta e todo esforço que fizemos por este país, foi um parto, na linguagem popular. Os brancos diziam, para que mais um feriado? Mas, se fosse a colonização italiana, judia, aí exaltariam e teriam mil motivos para avalizar. O racismo estrutural é cara dura, não tem vergonha de se colocar, de se pronunciar, saí com naturalidade da boca de pessoas não negras e, para nosso espanto, até de alguns negros reproduzem tamanha asneira, o processo de alienação é muito forte. 

A esquerda sempre defendeu não apenas as pautas caras da população africana no Brasil, mas, também, mas a linha do humanismo, aonde, se defende o menor, o mais necessitado e promove a justiça social, em busca do equilíbrio e da igualdade. Parece utopia bradar por tais conceitos, que os conservadores e racistas em geral denominaram de mimimi. Este conceito é mais uma afirmação que os racistas não vão e não desejam largar seus privilégios e como o nome diz, querem conservar as desigualdades e suas chaves de engodo são a meritocracia e os vários apêndices que possuem, sendo um dos mais relevantes a mídia corporativa de direita. Está é sínica e vendida, nefasta, pois divulga ou ajuda a convencer os mais necessitados que os seus algozes merecem ser os seus representantes. 

A semelhança da esquerda e da população negra no Brasil é genuinamente ligada, por natureza e pensar de outro modo é tonificar o conservadorismo e manter as desigualdades como rotina e norma estabelecida. Como os fascistas costumam falar, é uma obra divina conservar as desigualdades. E, vocês, os negros conformem-se e peçam a Deus para ter prosperidade financeira, aí, então ficarão mais parecidos com os brancos e terão as ferramentas para discriminar e manter tudo como está, tudo desigual e subentendido, ou melhor nada entendido, enfiado goela abaixo..


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